O governador Mauro Mendes (União) fez duras críticas ao presidente Lula (PT) após ele rejeitar a proposta do Governo dos Estados Unidos para classificar facções criminosas como terroristas no Brasil.
O pedido foi feito durante uma reunião em Brasília com a comitiva americana liderada por David Gamble, chefe interino da coordenação de sanções do Departamento de Estado dos EUA. As informações são do jornal Estadão.
“O governo brasileiro se negou. O que eu não concordo. Acho que hoje as facções criminosas estão realmente fazendo terror. Elas matam, cortam cabeça, matam pessoas na frente da família, arrancam corações, fazem verdadeiras atrocidades praticando o terror. E isso, pra mim, é terrorismo”, afirmou Mendes em postagem no Instagram.
“Mas o governo brasileiro se negou e no final ele se apega à lei brasileira que classifica outras coisas como terrorismo e não as facções criminosas. E aí eu volto ao ponto que eu já falei muitas vezes: a lei brasileira é frouxa”, completou.
Mato Grosso é um dos estados brasileiros que vêm sendo impactado pelo crescimento das organizações criminosas.
Devido ao aumento desses crimes violentos e a chamada “guerra entre facções”, o Governo do Estado criou o programa Tolerância Zero, para reforçar o combate aos criminosos.
Além de criticar o Governo Federal, Mendes também cobrou o Congresso Nacional reiterando sua reinvindicação por uma modernização no Código Penal Brasileiro, que, para ele, hoje tem penalidades muito brandas para combater o crime organizado.
“O nosso Código Penal é de 1940. E quem faz a lei brasileira é o Congresso Nacional. E mais uma vez eu clamo aos nossos senadores, deputados federais, pelo amor de Deus gente, vamos atualizar essa lei brasileira”, disse.
“Não é possível essas facções criminosas continuarem agindo com tanta tranquilidade, praticando terror e não sendo classificadas [como terroristas], como pediram os Estados Unidos e como pedem todos os nossos brasileiros de bem, que não aguentam mais viver com essas facções extorquindo, roubando, matando, traficando, praticando um verdadeiro terror, como esses terroristas que a gente vê e critica tanto lá fora”, acrescentou.
“Eles estão aqui dentro do país fazendo isso impunemente. E se você acha que o Congresso tem que mudar, por favor, vamos cobrar de cada senador, de cada deputado federal”.